Luciana Vasconcelos e Marcela Rebelo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, considerou "correta" a conduta da Caixa Econômica Federal na renovação do contrato com a Gtech, empresa que opera seu sistema de loterias. A renovação está sendo investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos.

Palocci disse que o contrato foi feito para garantir o pleno funcionamento das loterias. "O procedimento da Caixa foi em defesa da instituição", afirmou o ministro.

O relatório parcial da CPI dos Bingos pediu o indiciamento de 34 pessoas, entre elas, os três últimos presidentes da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso (atual), Sérgio Cutolo e Emílio Carazzai. Também foi pedido o indiciamento de Ademirson Ariovaldo da Silva, atual assessor do ministro.

Entre as irregularidades apontadas no relatório estão o direcionamento de licitações; celebração de sucessivos termos aditivos prevendo reajustes de preços fora dos parâmetros legais; omissão da cobrança de multas em decorrência do descumprimento de cláusulas contratuais pela Gtech; inclusão de serviços não-lotéricos na execução do contrato não previsto no edital e sem licitação; e indícios de pagamento de propina a pessoas ligadas a agentes públicos para facilitar a renovação do contrato em 2003.

Palocci disse aos senadores integrantes da CPI dos Bingos que indicou Mattoso ao cargo e que confia nele. O ministro lembrou ainda que não há acusação formal contra o presidente da Caixa ou contra seus diretores.