Mantega aponta falhas no financiamento para pequenas empresas, mas diz que quadro está mudando

26/01/2006 - 17h51

Rio, 26/1/2006 (Agência Brasil - ABr) - A preferência dos agentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo trabalho com operações de grandes empresas, "mais rentáveis, de menor risco e nível de burocracia reduzido", explica em grande parte a dificuldade de acesso das micro, pequenas e médias empresas aos financiamentos da instituição. A avaliação foi feita hoje (26) pelo presidente do BNDES, Guido Mantega, durante anúncio de credenciamento da agência de fomento do governo fluminense InvestRio como agente repassador de recursos do banco.

A falta de capilaridade do BNDES, que precisa atuar por intermédio de agentes para esse segmento econômico, e a questão das garantias foram outras falhas apontadas por Mantega para a dificuldade de acesso das pequenas empresas. O presidente do BNDES disse, entretanto, que esse quadro está mudando. Ele indicou que, cada vez, mais bancos estão operando com as pequenas empresas.

Mantega citou, como um dado importante nesse sentido, o crescimento da oferta de crédito em geral na economia, que representou 31,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, contra 28% em 2004. "Nunca se teve uma participação da oferta de crédito tão grande como agora", comentou, acrescentando que isso é muito bom para a economia e significa que mais gente está passando a ter conta em banco, o que faz parte da inclusão social.

Guido Mantega anunciou que o BNDES vai promover importantes mudanças no sentido de redução de suas taxas nos projetos financiados, dentro de sua política operacional. Ele marcou a divulgação das medidas para 14 de fevereiro e disse que elas deverão trazer reflexos positivos nos financiamentos para as pequenas empresas.