Spensy Pimentel
Enviado especial
Caracas (Venezuela) - Integrantes do governo e do PT presentes na edição americana do 6º Fórum Social Mundial avaliam que a imagem do partido e do governo Lula entre os movimentos sociais participantes do evento não foi afetada pela crise política de 2005.
"Quem é bem informado difere claramente o que foram problemas circunscritos a alguns dirigentes e pessoas que foram já apontadas por isso e o que é o partido. Nos renovamos a direção do partido pelo voto direto. Que outro partido fez isso?", diz o secretário-geral do PT, Raul Pont.
Pont e outros dirigentes petistas participaram na manha desta quarta (25) de um encontro com jornalistas. Para o secretário-geral, o não reconhecimento desse processo que o PT empreendeu deve-se a disputa política.
Respondendo a um jornalista que lhe perguntou se a crise política no Brasil "ecoa" no fórum, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, disse que o que percebe é uma repercussão das transformações sociais em curso no Brasil, como o fortalecimento da agricultura familiar, a queda nas taxas de desmatamento. "Eu sinto um interesse muito grande pelos processos de transformação social".
Para Dulci, o fato de alguns governos de esquerda no continente estarem avançando com mais velocidade nas reformas em seus países do que outros não deve servir como fator de divisão. "A questão não é andar rápido ou devagar, é fazer as mudanças de que o país necessita. Cada país tem seu ritmo, até porque cada país tem sua história", afirmou. "O que deve unificar são as causas, os valores de aprofundamento da democracia, distribuição de renda, criação de emprego, soberania nacional, integração continental."
O PT também trouxe um informativo especial, em espanhol, para distribuir no fórum, com o titulo de "PT, Saudações". No informativo, o PT diz distinguir as posições partidárias da atuação do governo em áreas como a política econômica. O PT "reconhece a existência de limitações e aponta a necessidade de mudanças", diz o texto.