Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Dados do relatório que está sendo elaborado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre a área indígena tupiniquim, localizada no município de Aracruz (ES), foram questionados pela empresa Aracruz Celulose. Na semana passada, a Polícia Federal retirou os indígenas da área que também é reivindicada pela Aracruz Celulose. A operação deixou pelo menos oito índios feridos.
Em nota à imprensa, a Aracruz informou que o Ministério da Justiça homologou cerca de 2,5 mil hectares como terra tradicionalmente ocupada por índios e não 16 mil hectares segundo a Funai informou, ontem (25), à Agência Brasil.
A Aracruz afirmou que não está em curso nenhuma negociação entre a Funai e a empresa, "para que ela possa retirar as benfeitorias feitas na terra". Além disso, a empresa afirmou que não houve nenhum acordo de compensação com os índios, mas sim um acordo para evitar o prolongamento da questão entre eles e a Aracruz. Como resultado desse acordo, revisado em 2002, e da compra de madeira dos índios, a Aracruz disse ter repassado aos índios mais de 23 milhões aos índios.
A nota ainda informou que na última terça-feira (24) o Tribunal Regional da Federal do Rio de Janeiro e Espírito Santo confirmou a reintegração de posse da terra ocupada pelos índios para a Aracruz.
Na manhã da sexta-feira (20) passada, índios tupiniquim foram retirados de suas terras no município de Aracruz, no norte do Espírito Santo, durante o cumprimento de uma ação de reintegração de posse em favor da empresa Aracruz Celulose, proprietária das terras.
A Polícia Federal executou a operação e duas aldeias foram despejadas, a Aldeia Ouro e a Aldeia Olho D’Água. Nesta última a equipe da Polícia Federal entrou em confronto com os indígenas. Durante a operação cerca de oito índios sofreram ferimentos leves. No fim do mesmo dia, a Justiça Federal do Espírito Santo derrubou a liminar que dava a empresa Aracruz a reintegração de posse.