Luciana Vasconcelos e Marcela Rebelo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – "Não houve dinheiro de Cuba na campanha do presidente Lula", afirmou há pouco o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos. Para ele, a denúncia divulgada pela imprensa de que Cuba teria repassado dinheiro para eleger o presidente é "fantasiosa". De acordo com Palocci, o PT não recebeu dinheiro nem de Cuba, nem de outros países. Durante o processo eleitoral de 2002, o ministro foi coordenador do programa econômico da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O suposto repasse de dólares cubanos para o pleito foi denunciado no ano passado pela revista Veja . Em entrevista à revista, o ex-funcionário da prefeitura de Ribeirão Preto na gestão de Palocci, Vladimir Poleto, teria confessado o transporte do dinheiro em garrafas de bebida.

No depoimento de hoje (26), o ministro da Fazenda já negou qualquer relação direta com Poleto. Palocci continua depondo na CPI dos Bingos. Mas já anunciou que encerrará a audiência às 14h30 por causa da reunião do Conselho Monetário Nacional, marcada para esse horário.

O ministro foi convidado a depor na CPI depois que o advogado Rogério Buratti acusou um dos ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, Ralf Barquete, de receber R$ 50 mil por mês da empresa Leão&Leão, responsável pela coleta de lixo e entulho na cidade. Palocci nega a existência do repasse, principalmente como forma sistemática de contribuição para o PT.