Bacia da Baixada Campista (RJ) pode ser recuperada com verba de novo convênio entre União e estado

26/01/2006 - 18h42

Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil

Rio – Um convênio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano do Rio com o Ministério da Integração Nacional poderá recuperar o sistema de canais de drenagem e irrigação da Baixada Campista, no norte fluminense. Boa parte dos recursos hídricos da bacia se concentra nesses canais, e a bacia tem ainda importância para o estado por ter potencial de irrigação na produção de açúcar e de álcool.

De acordo com a Associação de Produtores Rurais do município de Campos, mais de um quarto das áreas irrigadas, em 200 mil hectares de toda a bacia, estaria inundada.

O secretário de Meio Ambiente do Rio, Luiz Paulo Conde, disse que as chuvas que atingem a região desde o final do ano passado agravaram o "péssimo estado" dos canais. "O abandono dos canais e compotas com a extinção do Departamento de Obras e Saneamento, há mais de dez anos, faz com que não haja manutenções. E as chuvas contribuíram para os alagamentos".

De acordo com ele, as obras emergenciais nos canais de irrigação, como as de dragagem, começarão mês que vem, e os primeiros resultados poderão ser vistos em três meses. Ele informou que será feito um plano de reestruturação dos canais, em parceria com o Ministério da Integração Nacional, para evitar novas inundações. A previsão é que as obras sejam concluídas em quatro anos.

O presidente da Associação de Produtores Rurais de Campos, José do Amaral, disse que os agricultores vêm sofrendo perdas de produtividade há seis anos, que chegariam a 50%. Segundo ele, os mais prejudicados são de cana-de-açúcar, já que a região é a maior produtora desse cultivo no Rio e responde por 5% da produção nacional. Cerca de 10 mil produtores de cana, leite, carne e frutas sofreriam os efeitos das inundações.

O convênio para a recuperação dos canais prevê um investimento inicial de cerca R$ 2 milhões, sendo R$ 1,6 milhão do Ministério da Integração Nacional e R$ 400 mil do Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Segundo o secretário de Infra-estrutura Hídrica do ministério, Hipérides Macedo, serão necessários mais de R$ 30 milhões para a conclusão das obras. O valor deve ser liberado à medida que projetos de recuperação forem elaborados.