São Paulo, 17/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os principais fatores que devem contribuir para o crescimento de 16% do setor de vestuário, tecidos e calçados na Região Metropolitana de São Paulo em 2005 são expansão do volume de crédito e renda dos trabalhadores e a proliferação de cartões nas grandes redes do ramo. É o que indica a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) divulgada nesta semana pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio).
O crescimento da utilização dos cartões de lojas, junto ao reajuste dos preços dos produtos de perfumarias e farmácias, foram os responsáveis pela elevação das vendas no primeiro semestre, como indica a pesquisa. No segundo semestre o crescimento do setor continuou, mas houve desaceleração – por isso o segmento deverá apresentar crescimento de 7% em 2005. "O alto nível do endividamento deverá trazer impacto negativo ao setor, que depende da renda da população", afirma a pesquisa, acrescentando que as vendas do segundo semestre podem cair devido ao comprometimento do consumidor com outras dívidas.
As concessionárias de veículos registraram alta acumulada de 9,5% nas vendas de janeiro a outubro. No ano, o crescimento deverá chegar a 7%, em função do aumento de oferta de crédito para aquisição de carros. A pesquisa da Fecomercio indica que esse resultado acompanha o aumento no nível de produção dos veículos, que foi de 12,6% até setembro: "Esse aquecimento decorre das circunstâncias econômicas do país, que, desde o ano passado, atuam de forma positiva sobre a confiança do consumidor".
Segundo a pesquisa, o setor de autopeças e acessórios, que deve apresentar elevação de 9%, com as vendas acima da média geral do varejo, cresceu 8,3% no acumulado de janeiro a outubro, devido ao aumento das vendas de veículos novos. O documento aponta que isso "estimula, de maneira indireta, o consumo de autopeças destinadas às revisões nos automóveis usados".
Apesar das estimativas da pesquisa, de crescimento entre 3% e 5% para as lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, o faturamento real de dezembro deste ano comparado ao do ano passado deverá ser de 10% a 15% mais baixo. Na avaliação da Fecomercio, isso se deve "à oferta de crédito menor do que a do ano passado, e ao já atendimento de uma parcela significativa da demanda".