Mylena Fiori
Enviada especial
Hong Kong - Depois de quatro exaustivos dias de negociações sem resultados concretos, na 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, desabafou: "Falta coragem da União Européia para tomar uma decisão".
Até a madrugada de hoje (17), Amorim e outros ministros ficaram reunidos por cerca de 10 horas, ininterruptas, na tentativa de avançar pelo menos em temas que ainda poderiam ser concluídos na Conferência, como a fixação de uma data para o fim dos subsídios à exportação e a elaboração de um "pacote" de desenvolvimento para os paises mais pobres. Mas não foi possível qualquer acordo.
"Confesso que foi uma das reuniões mais longas e mais frustrantes por que já passei. Não tenho dificuldade em atravessar a noite negociando, mas fiquei com a impressão de estar em uma reunião sem propósito", afirmou o ministro. Ele reconheceu que, desde o início, as expectativas para Hong Kong eram baixas: "Sabíamos que os resultados seriam modestos".
Apesar da frustração, Amorim e os representantes dos demais paises em desenvolvimento estão decididos a batalhar por algum avanço em agricultura até o último minuto do encontro: Brasil, Índia, Japão, Estados Unidos, Uniao Européia e Austrália – o G 6 – reúnem-se neste momento a portas fechadas, tentando alinhavar algum consenso para a última reunião negociadora.