Mylena Fiori
Enviada especial
Hong Kong - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, revelou que ele e os colegas do G 20 (grupo dos países em desenvolvimento, liderado pelo Brasil) não esperavam a postura negociadora da União Européia na 6ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, que será encerrada amanhã (18). Segundo ele, a União Européia colocou a cada dia novos empecilhos para acordos em agricultura – tema considerado como motor da rodada. "Houve uma frustração com relação a esse comportamento", admitiu.
Nos primeiros dias do encontro, iniciado na terça-feira (13), a União Européia afirmava que não podia fixar uma data final para subsídios à exportação antes da denifição do que aconteceria com outras práticas distorsivas – como créditos à exportação e ajuda alimentar – aplicadas por paises como Estados Unidos e Canadá. "Tudo isso foi feito e aí surgiram outros argumentos", disse Amorim. Os europeus passaram a alegar que o problema era a reforma da Politica Agricola Comum (definida pelos paises integrantes da Uniao Européia).
"Nós também tivemos que mudar nossa lei de patentes, por exemplo, para nos adaptarmos ao acordo de Trips. Os Estados Unidos certamente terão que mudar sua lei agrícola para se adaptarem ao que for decidido em apoio doméstico", lembrou o ministro.
Na avaliação de Amorim, "não era sincera a colocação de que precisavam disso ou daquilo para avançar em agricultura". Ele acrescentou: "Não estou acostumado com esse tipo de comportamento negociador, não é comum esse tipo de coisa, as pessoas são um pouco mais claras, um pouco mais transparentes".