Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrega, daqui a pouco, a 27 instituições, personalidades e prefeituras o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil. Criado pelo governo federal, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, o prêmio tem por objetivo dar visibilidade a ações que se destacaram na promoção dos direitos humanos, inclusão social e cidadania.
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, anunciou hoje, antes da entrega dos troféus, que o prêmio terá outras edições, em periodicidade a ser definida. "O objetivo é de dar visibilidade, reconhecimento. O Brasil tem mais de dois milhões de voluntários, pessoas que dedicam, sem nenhum tipo de remuneração, parte de seu tempo, pra projetos sociais. Nós queremos valorizar, reconhecer, para que essas pessoas não fiquem no anonimato, apesar de elas não reivindicarem isso", afirmou.
Dulci ressaltou a importância de mostrar o trabalho não só dos premiados, mas dos 920 inscritos, que fazem trabalho voluntário em projetos sociais. "Outro objetivo é que todos esses projetos, individuais ou coletivos, recebam apoio financeiro e técnico de empresas e instituições privadas", completou.
O presidente do Instituto Ethos e representante do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, Oded Grajew, cobrou que se dê mais atenção aos indicadores sociais, em vez de privilegiar só os indicadores econômicos. Questionado se acreditava que o governo deixava os indicadores sociais em segundo plano, Grajew respondeu que não, mas que isso ocorria historicamente, na sociedade como um todo. "A cada meia hora, uma rádio diz quanto está o dólar, a bolsa. A cada mês se publica o balanço de indicadores econômicos. Mas a sociedade como um todo não tem acompanhado com a mesma freqüência os nossos indicadores sociais. Por isso, o Brasil vem acumulando uma grande dívida social", opinou.
Para Grajew, a decisão das Nações Unidas (ONU) de estabelecer os Objetivos e Metas do Milênio, em 2000, foi um sinal de que está em curso uma mudança na percepção da importância de se pensar no bem-estar das pessoas e não só no desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.
Ele citou como exemplo um projeto desenvolvido em São Paulo, chamado Mãe Social, no qual são recrutadas pessoas com disponibilidade para trabalhar, voluntariamente, em casas de mães carentes, impedidas de desenvolver atividades domésticas e que não têm suporte familiar. "Um projeto desses é inovador e pode ser replicado, desde que seja divulgado, afinal é uma idéia que contribui para melhorar a vida de pessoas", disse.
Os Objetivos do Milênio devem ser alcançados até 2015, segundo acordo assinado em 2000. São oito os objetivos: erradicar a pobreza e a fome; levar o ensino fundamental para todas as crianças; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir o índice de mortes entre as crianças; melhorar a saúde materna; combater o vírus da Aids, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.