Petrobras vai patrocinar digitalização do acervo do Memorial da República

15/12/2005 - 16h31

Rio, 15/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Petrobras vai patrocinar, com recursos no valor de R$ 1,348 milhão, a digitalização do acervo bibliográfico e museológico do Memorial da República, sediado em São Luís, no Maranhão. Contrato com esse objetivo foi assinado hoje, na sede da estatal, no Rio, pelo presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, e o senador José Sarney (PMDB-AP), autor do projeto, através da Fundação José Sarney.

Gabrielli disse que o acordo representa "a responsabilidade da Petrobras com a cultura erudita e popular do país e com a consolidação do patrimônio cultural brasileiro". Ele chamou a atenção também para o fato de o patrocínio concedido ao memorial contribuir para a descentralização da cultura nacional e sua conseqüente regionalização. "Isso não é muito fácil. Apoios se concentram muito no Sudeste e nós estamos também descentralizando o apoio para outras regiões, numa atividade que é nacional, inclusive, porque é um acervo dos presidentes da República", afirmou.

O presidente da Petrobras ressaltou que o convênio combina esses fatores com o aporte de tecnologia para o tratamento do acervo, demonstrando outra parcela importante da característica da empresa, "que é seu compromisso permanente com o desenvolvimento tecnológico e as melhores técnicas para o país".

Segundo ele, o patrocínio ao Memorial da República reforça que o ano de 2005 foi muito positivo para a estatal, que conseguiu aumentar sua produção à média de 13% ao ano. Gabrielli destacou que a Petrobras se prepara para atingir a auto-suficiência na produção de petróleo em 2006, tendo quebrado vários recordes, como na área de refino, em que as unidades da companhia chegaram a atingir, em alguns momentos, mais de 93% de capacidade utilizada.

Foi também neste ano que a Petrobras virou uma empresa de investment grade

O senador e ex-presidente José Sarney ressaltou que o objetivo da Fundação da Memória Republicana é deixar para pesquisadores e outros interessados um legado em termos de documentação. Com isso, explicou, os historiadores não fariam "história somente baseada em citação, mas em documentos primários, onde possam consultar diretamente as fontes". Segundo Sarney, o modelo do memorial são as bibliotecas presidenciais americanas, "que recolhem todos os documentos dos presidentes da República e transformam numa casa de cultura e consulta permanente".

O acervo do Memorial da República reúne atualmente cerca de 500 mil documentos, na parte relativa à Presidência da República, além de todo o acervo pessoal do ex-presidente Sarney, o que agrega mais 110 mil documentos, manuscritos e cartas. Sarney destacou, entre eles, os originais da primeira edição de "Espumas Flutuantes", de Castro Alves, e "Os Sermões", do Padre Antonio Vieira. O senador informou que, este ano, o museu, instalado no Convento das Mercês, na capital maranhense, já recebeu 123 mil visitantes.