Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza - A usina siderúrgica do Ceará, que começa a ser construída oficialmente hoje (15), já tem nome: Ceará Steel. O lançamento da pedra fundamental será no terminal no Porto do Pecém com a presença dos representantes das três empresas parcerias do projeto: a coreana Dongkuk Steel, a italiana Danieli e a brasileira Companhia Vale do Rio Doce.

O investimento total previsto é de US$ 760 milhões, mas quando começar a funcionar em 2009, a Ceará Steel deve produzir 1,5 milhão de toneladas de aço por ano, destinadas à exportação, com receita prevista de U$ 450 milhões.

O estado do Ceará investiu cerca de US$ 235 milhões na construção de infra-estrutura no porto do Pecém já pensando na exportação de aço - um sonho acalentado desde a década de 70 quando o então governador Virgilio Távora tentou construir uma siderúrgica no estado.

Naquela época não havia tecnologia possível para produzir aço num estado sem minério de ferro e sem carvão, como lembrou ontem o governador Lucio Alcântara em entrevista coletiva com os presidentes da Dongkug, Yung Iu Mun, e da Danieli, Gianpietro Benedetti, os executivos da Ceará Steel, Mauricio Chu, Giovanni Coassin, Ricardo Parente e Manuel Thompson Flores.

Sócia majoritária com 60% do capital, a Dongkuk Steel tem na usina cearense a porta de entrada na América Latina, mas, segundo Yung Iu Mun, por enquanto não tem outros planos. "Pelo menos no prazo de três a cinco anos anos. Depois desse prazo poderemos iniciar outros projetos nos moldes do realizado no Brasil", disse Mun, que também é chefe do grupo de trabalho da Ceará Steel.

Para o executivo da Danieli, Giovani Coassin, a experiência com a Ceará Steel é inédita já que a empresa é fornecedora de plantas para siderúrgicas e nunca tinha entrado antes como sócia. "Foi uma exigência dos bancos financiadores que houvesse um envolvimento direto do fornecedor de tecnologia, para dar mais garantias" - explicou.

O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli chega hoje a Fortaleza.