Sociedade civil cobra em audiência no Congresso fim da repressão contra rádios comunitárias

01/12/2005 - 18h31

Fernanda Muylaert
Da Agência Brasil

Brasília – Na audiência pública para discutir a radiodifusão comunitária no país que ainda ocorre na Câmara dos Deputados, membros da sociedade civil cobraram o fim da repressão contra as rádios comunitárias. Na sessão, convocada pelas comissões de Legislação Participativa e Direitos Humanos e Minorias da Câmara, os ministros das Comunicações, Hélio Costa, e da Casa Civil, Dilma Rousseff não compareceram.

Segundo o diretor do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (Indecs) e representante da organização não-governamental (ONG) Articulação Cris Brasil, Gustavo Gindre, falta vontade política do governo federal para resolver a situação das rádios comunitárias brasileiras. "Hoje o poder está nas mãos de quem tem a possibilidade de falar com milhões de pessoas", afirma.

Ainda hoje, seria apresentado na audiência pública o relatório final do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), criado em novembro de 2004 pelo presidente Lula para propor medidas que disseminem a rádio comunitária no país. De acordo com o representante do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Dioclécio Luz, o relatório, finalizado em 10 de agosto deste ano, ainda não foi apresentado à presidência e exemplifica a demora na tomada de decisões por parte do governo.

As rádios comunitárias são veículos de alcance limitado a, no máximo, um quilômetro a partir de sua antena transmissora, criadas com o objetivo de levar o direito à comunicação a pequenas comunidades.

Amanhã (02), as atividades sobre Radiodifusão Comunitária continuam na Câmara dos Deputados. Às 8h30, uma assembléia extraordinária com a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) será realizada. Às 10h30, será debatida a situação da Rádio Digital no Brasil. Em seguida, os participantes avaliarão os dois dias de trabalho.