País poderá alcançar Metas do Milênio, mas precisa fazer mais investimentos, diz coordenador do IBGE

01/12/2005 - 13h45

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As projeções feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na série histórica da Tábua de Vida, indicam que o país atingir as Metas do Milênio em 2015, desde que faça mais investimentos, principalmente em saneamento básico. A afirmação é do coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, Luis Antônio de Oliveira.

Segundo ele, as estimativas indicam que o país poderá reduzir a mortalidade infantil para aproximadamente 18 óbitos por cada grupo de 100 mil crianças nascidas vivas, e elevar a esperança de vida dos atuais 71 anos e 1 mês para 74 anos e 8 meses, até 2015. Já a possibilidade de um recém-nascido falecer antes de completar os 5 anos de idade poderá cair de 32,9 óbitos para cada grupo de mil para 21,6 óbitos, em 2015.

A Declaração do Milênio foi aprovada pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. Entre os objetivos estabelecidos estão acabar com a pobreza extrema e a fome, atingir o ensino básico universal, reduzir a mortalidade infantil, entre outros.

"Em relação ao que é previsto para 2015 - que é o ano de fechamento da meta – se for mantida está tendência, tanto das taxas da mortalidade infantil como às da esperança de vida não serão atingidas – embora fique muito próxima. Isto equivale dizer que, talvez com um pouco mais de investimento e ações de políticas públicas, possamos chegar aos números estabelecidos pela Organização das Nações Unidas", diz.

As Metas do Milênio estabelecem que a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos deve ser reduzida em dois terços, entre 1990 e 2015. Embora as projeções atuais fiquem aquém das metas estabelecidas, a diferença é pequena, afirma o coordenador de População do IBGE.

Ele defende ainda que as regiões com índices ainda negativos recebem mais investimentos. "A maior parte desses investimentos devem ser dirigidos para as áreas onde as taxas de mortalidade infantil são mais elevadas – principalmente a região Nordeste e algumas áreas da região Norte".