Terminal pesqueiro não será suficiente para armazenagem, avalia federação de pescadores do Amazonas

14/11/2005 - 15h49

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus – O presidente da Federação de Pescadores do Estado do Amazonas (Fepesca), Walzenir Falcão, afirmou que a construção do Terminal Pesqueiro de Manaus não resolverá o problema de perda de pescado por falta de local adequado para armazenagem.

"Hoje cerca de 10% do nosso pescado se estraga. Esse desperdício já chegou a 30%. O Amazonas produz por ano entre 120 e 150 mil toneladas de peixes. Um terminal com capacidade para 200 toneladas de estocagem não vai atender nossa demanda", argumentou ele, durante a cerimônia de assinatura do convênio entre o Ministério dos Transportes e a prefeitura de Manaus para a construção do terminal, hoje (14) em Manaus.

"As câmaras frias em um terminal pesqueiro servem para um armazenamento de passagem. Um terminal não é uma indústria de processamento, é um lugar onde se recebe o pescado, classifica-se e se fornece o SIF [Selo de Inspeção Federal, concedido pelo Ministério da Agricultura]", explicou o secretário especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch.

"Apenas o peixe que não é comercializado no dia é que vai para as câmaras frias para ser congelado. E pelos nossos estudos técnicos prévios, sabemos que a tradição local é que 90% do peixe desembarcado em Manaus é vendido fresco, resfriado", completou Fritsch.

O secretário afirmou ainda que o maior centro de comercialização do pescado da América Latina, a Ceagesp, em São Paulo, comercializa 300 toneladas de peixe por dia. "Dos 13 terminais pesqueiros que estamos construindo no país, nenhum tem câmaras frias com capacidade de armazenagem superior a 250 toneladas", comparou.

Segundo o diretor de promoções da Federação das Associações de Pescadores do Amazonas (Fapesca), Amarildo Martins, cerca de 60 toneladas de peixe são desembarcados diariamente em Manaus, em média – a maior parte deles vindos do interior do estado.