Brasília, 14/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) e pesquisadores da França, Bolívia e Equador iniciaram ontem (13) mais uma verificação do volume de água e sedimentos de alguns trechos do Rio Amazonas. O trabalho faz parte do projeto Hidrologia da Bacia Amazônica, que estuda a água e os sedimentos transportados pelo rio desde 1994.
Com base nas outras análises, os pesquisadores suspeitam de que sedimentos da bacia fiquem acumulados ao longo do rio e não escoem até a foz. "Só para ter uma idéia, a produção de sedimento da bacia é maior do que o que é carreado para o mar. Isso mostra que a maior parte dos sedimentos que é produzida no alto da bacia acaba ficando acumulada na área mais baixa, ou seja, na várzea", sintetizou o gerente da Superintendência de Informações Hidrológicas da ANA, Eurides de Oliveira.
De acordo com Oliveira, as várzeas são os locais mais atingidos pela seca que assola a região nos últimos meses. Segundo ele, a colaboração dos pesquisadores estrangeiros pode ser muito útil para explicar fenômenos como o da seca. "Os pesquisadores da França vêm do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD). Eles são especialistas com bastante conhecimento em função de trabalhos feitos, principalmente, na África do Sul. Temos, também, pesquisadores de outros países que envolvem a bacia amazônica, como é o caso de Bolívia, Peru, Equador. Isso é importante porque eles têm lá informações que podem nos auxiliar", assegurou.
A pesquisa começou no município de Manacapuru (que fica a seis horas de barco da capital do Amazonas, Manaus) e só termina daqui a 15 dias, no município da Santarém, no Pará.