Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O cientista político David Fleischer elogiou a posição brasileira de aguardar a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), no próximo mês em Honk Kong, antes de concordar em marcar uma data para o reinício das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), como defendiam o México e os Estados Unidos. "Já esperou tanto tempo, qual o problema de esperar mais dois meses?" questionou.
De acordo com Fleischer, existe grande expectativa sobre a reunião da OMC. "Há perspectivas de que essa reunião possa alcançar algum progresso nas negociações (sobre a Alca). Principalmente se os Estados Unidos e a América Latina conseguirem dobrar a França e a União Européia para concessões em termos de reduzir o protecionismo e as barreiras tarifárias de exportações agrícolas dos países produtores", explicou.
Ao fazer uma avaliação da 4ª Cúpula das Américas, em Mar del Plata, na Argentina, Fleischer disse que o encontro foi um importante marco para a divulgação das posições dos países. "Todas as discórdias anteriores eram a portas fechadas e só com declarações dos respectivos ministros posteriormente. Em Mar del Plata todo mundo colocou tudo para fora bem publicamente", afirmou.
Pra o cientista político, no entanto, a declaração final do encontro foi "morna". "É para poder ser assinada para todo mundo. Então tem de procurar um denominador comum e esse denominador comum exclui quase tudo. Você tem só uma declaração de paz e amor muito morna e muito inócua", afirmou.