Ativistas afro-descendentes discutem preconceito contra negros e homossexuais

07/11/2005 - 17h47

Priscilla Oliveira
Da Agência Brasil

Brasília – Gays, lésbicas e transgêneros negros de todo o país participaram hoje (7) do 1º Encontro Nacional de Ativistas GLBT - Afro-Descendentes. O evento discutiu questões como o sistema de cotas nas universidades, discriminação e preconceito contra os negros e contra homossexuais.

Segundo o coordenador da organização não-governamental (ONG) Estruturação, Milton Santos, a idéia do encontro surgiu em 2003, dentro do LGBT Manaus. "Lá, ficou decidido que [o encontro]teria 33% de gays, 33% de lésbicas e 33% de transgêneros e, dentro dos três segmentos, teria que ter garantido 30% de negros e afros-descendetes".

Ele disse que o Estruturação "teve a sorte" de organizar o evento para discutir mais solidamente essas propostas. "Não existia nada mais direcionado para os negros e as negras dentro do movimento", afirmou.

No encontro de hoje, também foi discutida a questão da mulher homossexual e negra. "A mulher já sofre preconceito por ser mulher e por ser negra. É um preconceito duplo. E, por ser lésbica, um preconceito triplo. Então, lutar por isso é quase uma questão de honra", afirmou a coordenadora do Núcleo de Lésbicas do Grupo Estruturação, Dayse Hansa. Para ela, a sociedade podia aceitar isso normalmente. Também coordenadora do projeto Flores do Cerrado, Dayse ressaltou que discutir essa causa é importante para sensibilizar a população.

O encontro de ativistas afro-descendentes tem apoio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Social e faz parte do 12º Encontro Brasileiro de Gays, Lésbicas e Transgêneros, que será realizado de amanhã (8) até sexta-feira (11), em Brasília.