Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil
Rio - O superintendente da Vigilância Sanitária municipal do Rio, Fernando Villas Boas Filho, internado com a suspeita de febre maculosa, morreu na noite de hoje (31) no Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, zona norte da cidade. Ele teria contraído a doença, transmitida por uma bactéria através do carrapato, na Pousada Capim Limão em Itaipava, região serrana do Rio de janeiro. Outros dois hóspedes teriam sido infectados, sendo que um deles, o jornalista Roberto Moura, morreu na última quinta-feira (27).
A infectologista Elba Lemos, do laboratório de referência sobre febre aftosa da Fiocruz, informou que os exames sorológicos dos hóspedes, que irão determinar se eles realmente contraíram a doença, devem sair até quinta-feira. Segundo ela, já foram registrados mais de 150 casos da doença no Brasil entre 1985 e 2004, a maioria na região sudeste, especialmente em São Paulo e Minas Gerais.
O professor do Departamento de Medicina Tropical da Fundação José Rodrigues Coura afirmou que a doença não é rara e, segundo ele, ocorre em várias regiões do país. "Temos um reservatório imenso no Brasil inteiro onde há casos. Os casos graves, como esses que estão ocorrendo no Rio, é que são mais raros. A infecção de um modo geral é muito ampla. Tem um enorme reservatório de animais silvestres, entre eles o cavalo e a capivara. As infecções humanas são muito freqüentes só que são brandas", disse.
O professor explicou que a gravidade da infecção ocorre possivelmente devido à carga parasitária (de bactérias) nos carrapatos transmissores da doença. "Quando são casos graves como esses, aí tem que se pensar sistematicamente em febre maculosa, depois o diagnóstico confirmatório virá pelo laudo dos exames que estão sendo feitos", afirmou.
A pousada onde as pessoas estiveram hospedadas continua interditada desde sábado pela Vigilância Sanitária do estado e do município, até que sejam divulgados os laudos dos exames de sangue. A nota informa ainda que técnicos da Vigilância Sanitária recolheram carrapatos encontrados em áreas próximas à pousada para análise em laboratórios públicos do Rio de Janeiro.
Colaborou Cristina Índio do Brasil