Sindicato analisa proposta do MEC para professores em greve nas universidades

30/09/2005 - 18h36

Melina Fernandes
Da Agência Brasil

São Paulo – Representantes do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) e do Ministério da Educação (MEC) discutiram hoje a pauta de reivindicações da categoria, que está em greve há um mês. Segundo o vice-presidente do sindicato, Paulo Rizzo, o MEC apresentou uma proposta que contempla apenas alguns pontos das exigências dos docentes. A greve já paralisa, de acordo com o sindicato, 31 instituições de ensino, entre institutos, faculdades e universidades federais no país.

"Esta proposta é a criação de mais uma classe na nossa carreira (que tem atualmente professor auxiliar, assistente, adjunto, titular). Então, eles propuseram uma classe entre a de professor adjunto e a de titular, para desafogar uma situação", disse Rizzo, acrescentando que há muitos professores que estão no final da carreia e não têm como evoluir. "A outra proposta é de aumentar em 50% os incentivos de titulação para especialização, mestrado e doutorado, tudo para o ano que vem", afirma. A sugestão do ministério, segundo o dirigente sindical, terá um impacto aproximado de R$ 400 milhões no orçamento.

Sobre reajuste salarial, Rizzo disse que o MEC não apresentou qualquer proposta. Mas para ele, as verbas que serão acrescentadas mostram que o governo está aberto a analisar outras propostas dentro desse montante orçamentário. A sugestão será então levada às assembléias para discussão.

Os docentes também aguardarão o resultado da reunião marcada para quarta-feira (5) entre representantes do Ministério e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe), para estudar a proposta feita aos funcionários das universidades. Na sexta-feira (7) haverá mais uma reunião entre representantes do MEC e sindicalistas.

De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Educação, atualmente, com o reajuste de titulação, a recomposição média dos salários deverá ser de 9,47%. O MEC informa ainda que a nova classe de professor associado beneficiará cerca de 12 mil docentes. E cita que sugeriu a criação de um grupo de trabalho para reestruturar a carreira docente e definir um cronograma de discussão da proposta salarial.

De acordo com Rizzo, a adesão à greve dos professores das universidades federais aumentou nesta semana. A categoria reivindica 18% de reajuste salarial neste ano, incorporação das gratificações, abertura de concurso e contratação de professores.