Servidores do Instituto de Terras de São Paulo decidem fazer greve de 48 horas

30/09/2005 - 16h03

Fábio Calvetti
Da Agência Brasil

São Paulo – Os funcionários da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) decidiram iniciar greve de 48 horas por reajuste salarial na próxima segunda-feira (3). O órgão, vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, tem aproximadamente 700 funcionários e é responsável pela assistência técnica de assentamentos e comunidades remanescentes de quilombos no estado.

Os servidores do Itesp informam que não recebem aumento de remuneração desde 1999 e reivindicam reposição salarial de 45,7% (índice calculado pelo IPCA). Também pedem seguro de vida e de acidentes de trabalho, plano de saúde, auxílio -alimentação ou cesta básica, aumento do valor do tíquete-refeição e auxílio-creche. "Desde 16 de maio nós alertamos para a nossa situação salarial que tem se refletido num abandono. Muitos funcionários estão saindo porque passam em outros concursos públicos com salários bastante altos", afirma Alberto Paulo Vásquez, presidente da Associação dos Funcionários da Fundação Itesp (Afitesp). A associação informa que já houve uma audiência com a direção da secretaria, em julho.

Segundo Vàsquez, a greve paralisará os serviços de assistência técnica nos quilombos, assentamentos estaduais e federais e no trabalho de regularização fundiária realizado junto com as prefeituras do estado. Além disso, a concessão da linha do crédito do Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf) será interrompida durante esses dois dias. "É evidente que 48 horas de greve não irão prejudicar a elaboração desse projeto, mas essas 48 horas devem ser entendidas como um alerta de uma paralisação por tempo maior", afirma Vásquez.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, a direção da pasta está aguardando uma nova rodada de negociações, que poderá ocorrer também na próxima semana.

O Itesp oferece assistência e extensão rural a quatro mil famílias assentadas em setores federais e a 800 famílias quilombolas. A categoria pretende realizar nova assembléia na próxima quarta-feira para planejar as ações da campanha salarial.