Integração sul-americana também deve se dar no combate ao crime organizado, defende secretário

30/09/2005 - 14h32

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou hoje (30), na abertura da 1ª Reunião dos Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações, que os países da região devem "unir forças" para combater o crime organizado. Ele apresentou aos presidentes e representantes dos países que participam do encontro o resultado das discussões realizadas na Reunião Ministerial sobre Segurança Cidadã, que ocorreu em Fortaleza em agosto deste ano.

Luiz Paulo afirmou que há um consenso sobre a necessidade de "ações coordenadas e integradas" entre os países sul-americanos para combater e prevenir os crimes. "Enquanto na América do Sul existem instituições policiais diferentes – cada qual com sua própria forma de gestão, com suas técnicas e linguagem –, as práticas do crime organizado adotam esquemas padronizados de cooperação, quase uniforme em toda a região, com redes de cooperação que utilizam o que há de mais moderno, em tecnologia, logística e equipamento", afirmou o secretário-executivo.

Ele disse que, se os países não se unirem, ficarão "em desvantagem"com relação aos criminosos. Luiz Paulo ressaltou que a segurança cidadã é condição essencial para garantir os direitos da população em uma sociedade democrática. Ele destacou também que a violência gera custos diretos e indiretos aos países, como gastos com o sistema penitenciário. Segundo Luiz Paulo, esses gastos acabam ocasionando a diminuição dos investimentos em áreas importantes nos países sul-americanos.

O secretário-executivo afirmou ainda que é necessário haver uma "visão integral de segurança cidadã", com a participação do setor privado, da sociedade civil e de organismos internacionais. Segundo ele, ministros da Justiça, Interior, Defesa e Segurança Pública de dez países sul-americanos participaram da Reunião Ministerial sobre Segurança Cidadã, que antecedeu a 1ª Reunião dos Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações.