Furlan volta da China sem acordo sobre importações

30/09/2005 - 19h31

Brasília, 30/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan desembarca amanhã (1º) no Brasil, vindo de Pequim, sem um acordo firmado com o governo chinês sobre a adoção de restrições voluntárias para a entrada de produtos daquele país no Brasil.

Mesmo assim, Furlan considerou a viagem frutífera, porque, segundo informou por telefone, houve vários avanços nas negociações. "Eu diria que fizemos 80% do trabalho. Nós não conseguimos chegar a um acordo definitivo, mas tivemos vários processos. Nós fixamos a base de cálculo e acertamos a maioria dos produtos da área de têxteis e confecções. Estamos reduzindo a distância entre as propostas, nossas e dos chineses, e também em relação à velocidade de crescimento a ser acordada para 2006 e 2007", declarou.

Furlan disse ter informado às autoridades chinesas que o Brasil pretende publicar a regulamentação das salvaguardas e lançar mão desse direito caso não haja, no processo de negociação, boa vontade dos chineses. "O que deixamos claro é que se não conseguirmos levar adiante um acordo, o caminho provável poderá ser a questão da utilização das salvaguardas. Mas nós pretendemos esgotar primeiramente a busca de um acordo, até que ele pode ser colocado em prática no curto prazo e a adoção de salvaguardas terá de seguir um rito previsto na OMC, que certamente levará alguns meses para que tenha efeito prático", contou.

A comitiva brasileira também esteve com o ministro Ma Kai, encarregado de desenvolvimento e reformas, para tratar de ações conjuntas nas áreas de software e produtos de tecnologia de informação e comunicação. "O ministro Ma Kai informou que há diversos projetos produzindo etanol de milho em regiões da China, que a produção deste ano será ao redor de um bilhão de litros, e que eles estão muito interessados não só na tecnologia de produção, mas também na questão de veículos flex-fuel", relatou Furlan.

Os dois ministros também trataram de parcerias na área de minérios e siderurgia, em especial aço e alumínio. Tres grupos de trabalho foram criados para elaborar propostas de parceria.