TST dá prazo até meio-dia de segunda-feira para resposta sobre greve nos Correios

16/09/2005 - 19h00

Brasília, 16/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - A greve dos funcionários dos Correios deve continuar pelo menos até o meio-dia de segunda-feira (19). Esse foi o prazo estipulado pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Vantuil Abdala, para que o comando nacional de negociação da greve responda se os trabalhadores aceitam a proposta definida hoje por ele.

Abdala recebeu hoje (16) líderes do movimento e diretores dos Correios para discutirem informalmente um acordo. Depois de quase três horas sem que chegassem a um consenso, o ministro apresentou proposta intermediária que prevê aumento salarial 8,5%; abono linear de R$ 800 e um reajuste de 3,61% em fevereiro de 2006.

A última proposta dos sindicalistas foi de aumento de 9% e reajuste de 5% a partir de janeiro do ano que vem. A direção dos Correios propôs, além do aumento de 8,5%, reajuste de 3,61% em março do próximo ano.

Abdala disse acreditar que, apesar das divergências, a paralisação terminará em breve. "Houve uma reabertura das negociações. O quadro pior em um conflito coletivo é o distanciamento das partes. É a radicalização. Hoje, além de termos reaberto a discussão houve uma evolução de ambas as partes. Tenho muita esperança de que eles vão chegar a um acordo porque as condições são muito boas para ambas as partes", disse.

Para João Maurício Gomes, do Comando Nacional de Negociações dos Trabalhadores da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), a falta de acordo se deve principalmente ao fato da empresa não dialogar com os trabalhadores. "Mais uma vez, infelizmente, a empresa se mostra fechada. A gente continua a greve. Orientaremos os sindicatos para que façam assembléia na segunda-feira até meio-dia, com a proposta apresentada pelo presidente", disse.

O diretor de Recursos Humanos dos Correios, Virgilio Sirimarco, informou que a greve causa perda diária de R$ 15 milhões. E disse esperar que os trabalhadores aceitem a proposta do ministro. "A empresa vai fazer um esforço para cumprir o que foi acordado", acrescentou.

O presidente do TST avisou aos sindicalistas e aos diretores dos Correios que se não houver acordo até segunda-feira, o dissídio coletivo ajuizado pela empresa será julgado na quinta-feira (23).