Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A pousada Aldeia dos Lagos, em Silves, no Amazonas, é uma experiência bem-sucedida de ecoturismo de base comunitária. Com faturamento bruto anual de cerca de R$ 160 mil, o projeto financia atividades de conservação ambiental de quatro lagos da região, inclusive com o pagamento de quatro vigilantes que fiscalizam um deles (o lago do Purema).
Além disso, gera renda para 36 membros da comunidade que nela trabalham, em forma de rodízio - a maior parte deles jovens entre 25 e 35 anos. O empreendimento é gerenciado coletivamente pela Cooperativa de Trabalho Ecoturístico e Ambiental do Amazonas (Cooptur), criada em 1999 pela Associação de Silves para Preservação Ambiental e Cultural (Aspac).
"Nosso objetivo maior é garantir o peixe no prato dos ribeirinhos. A pousada deveria ser apenas uma complementação da renda familiar, embora alguns vivam exclusivamente dela, porque a gente garante um pagamento de pelo menos 20% a mais que o salário mínimo (R$ 360,00)", contou Vicente Neves, responsável pela pousada, em entrevista ao programa Ponto de Encontro, da Rádio Nacional da Amazônia.
O município de Silves é uma ilha do rio Urubu, tributário do rio Amazonas, a 200 quilômetros em linha de reta de Manaus. A viagem de carro, pela estrada estadual AM-010, só pode ser feita na época da seca (de maio a outubro) e dura aproximadamente cinco horas, porque metade do trajeto é de terra batida.
No restante do ano, é preciso pegar um barco no município de Itacoatiara – se o motor for potente, o tempo médio de viagem permanece cinco horas. A pousada começou a ser construída em 1994, com recursos do governo da Áustria (cerca de US$ 110 mil) repassados à organização conservacionista WWF-Brasil. Ela foi inaugurada em setembro de 1997.