Grito dos Excluídos pede retirada das tropas brasileiras do Haiti

07/09/2005 - 13h26

Juliana Andrade e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Representantes de movimentos sociais que participaram da 11ª edição do Grito dos Excluídos, na Esplanada dos Ministérios, pediram a retirada das tropas brasileiras da missão de paz da ONU no Haiti - a Minustah. A mobilização também foi realizada em outras cidades brasileiras, numa iniciativa da Campanha Jubileu Sul, Cáritas Brasileira, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Movimento Nacional dos Catadores e de entidades sociais.

Para a representante da Cáritas Delires Brun, a permanência das tropas brasileiras no Haiti não está ajudando na reconstrução daquele país. "O que o povo precisa é resgatar a cultura, resgatar aquilo que é de direito deles e as tropas não estão contribuindo. Então não tem necessidade de as tropas estarem lá, é um desgaste e gastos inúteis que o Brasil está fazendo", afirmou.

A Minustah chegou ao Haiti em junho de 2004, com o objetivo de garantir a estabilidade, apoiar a a realização de novas eleições e a retomada do desenvolvimento no país, após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide. A missão tem uma força total autorizada de 7.500 militares e 1.897 policiais. O Brasil contribui até o momento com o maior contingente, cerca de 1.200 militares.

Os manifestantes também reivindicaram o cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Reforma Agrária, mudanças na política econômica e o combate à corrupção no país. Pelos cálculos da Polícia Militar do Distrito Federal, participaram do protesto cerca de 250 pessoas. Já para os organizadores, a mobilização contou com a presença de 500 participantes e reuniu, além de representantes de movimentos sociais, crianças e idosos.