Eleição em novembro é maior desafio para missão de paz no Haiti, acredita novo comandante

07/09/2005 - 18h56

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O maior desafio da Missão de Estabilização da ONU naquele país (Minustah), que tenta reestruturar o país depois da queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro do ano passado, será fazer a segurança durante as eleições presidenciais. A avaliação é do novo comandante das tropas militares das Nações Unidas no Haiti, o general Urano Teixeira da Matta Bacellar. O militar brasileiro assumiu o comando, em agosto, no lugar do general Augusto Heleno Pereira.

O primeiro turno da eleição haitiana está marcado para 15 novembro e o segundo turno para 18 de dezembro. A posse do novo governo está marcada para 15 de fevereiro de 2006. "Há um calendário eleitoral que já foi divulgado e estamos trabalhando para que ele seja cumprido", destacou o general.

Bacellar avalia que a missão de paz tem conseguido cumprir as suas missões e que a situação de violência no Haiti está cada vez mais controlada. "Na maior parte da capital haitiana (Porto Príncipe), já é possível observar ambientes estáveis e pessoas realizando as suas atividades cotidianas", destacou Bacellar, em entrevista à Agência Brasil.

O general destacou, no entanto, que os bairros de Bel Air e Cite-Soleil continuam a ser um dos mais violentos da capital. A Minustah chegou ao Haiti no ano passado com o objetivo de garantir a estabilidade do país, apoiar a reconciliação política e a retomada do desenvolvimento. A missão tem uma força total autorizada de 7.500 militares e 1.897 policiais. O Brasil contribui com o maior contigente, cerca de 1.200 militares, entre oficiais, sargentos e soldados.

Bacellar voltou a falar da importância da permanência da Minustah no país para colaborar com a construção do novo governo. Em junho deste ano, as Nações Unidas decidiram renovar o mandato da missão até fevereiro de 2006, após a posse do novo governo haitiano.