Rio, 6/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - Na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a solidez da economia, aliada à clara tendência de queda das taxas de inflação, levará a que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça mais do que apontava a última pesquisa do instituto.

A previsão de aumento do crescimento do PIB – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – consta do Boletim Trimestral de Conjuntura de setembro, divulgado hoje pelo Ipea, órgão do Ministério do Planejamento. De acordo com o documento, o PIB crescerá 3,5% em 2005 – o boletim de junho trazia previsão de 2,8%.

"O quadro dos últimos meses indica uma economia sólida com um bom ritmo de crescimento e a inflação claramente em queda. Nós estamos revendo a previsão de crescimento do PIB deste ano para 3,5%. Já para o próximo ano, quando a previsão era de 3,5%, o PIB deverá crescer 4%", afirmou o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea, Fábio Giambiagi.

A revisão deste ano, explicou, deve-se basicamente à mudança da percepção da demanda externa: "Nós imaginávamos que ela teria uma influência ligeiramente negativa. Porém, com o crescimento das exportações superior ao previsto, e das importações, um pouco menor, estamos revendo a previsão. Isto ocorre porque haverá uma contribuição ligeiramente positiva da demanda externa, enquanto a demanda doméstica será mantida nos mesmos patamares".

Giambiagi explicou, também, a expectativa de uma expansão maior para o PIB de 2006. "O crescimento para o ano que vem estará associado, por um lado, a uma expectativa que temos de uma intensificação do ritmo de investimento e, por outro, a uma aceleração do nível de consumo – seja pela continuidade do crédito, seja pelo aumento da renda. Por isto, para o ano que vem estamos prevendo um quadro de crescimento de 4%, que a rigor poderá se revelar ainda maior, com superação, se ocorrer, da crise política".