Especial 2 - Convertida em bairro, Rocinha continua com mazelas típicas das favelas

06/09/2005 - 10h41

Vítor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio - Encravada em plena zona sul carioca, entre os bairros de classe média de São Conrado, Gávea e Leblon, a Rocinha ganhou da Prefeitura do Rio de Janeiro, em 1993, o status de bairro. O título não garantiu à favela convertida em bairro a mesma infra-estrutura de seus vizinhos.

Segundo a prefeitura, a Rocinha é um dos sete bairros com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de toda a capital. O IDH é um índice internacional criado em 1990 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e classifica uma localidade em função de quatro variáveis: taxa de analfabetismo, taxa de escolaridade da população entre 7 e 20 anos de idade, renda per capita e esperança de vida.

O desemprego na Rocinha atinge 17% da população e a renda familiar média mensal é de apenas R$209. A dificuldade de arrumar emprego é grande, e as oportunidades de estudo também não são das melhores. Doze entre cada 100 jovens e adultos não sabem ler e escrever. Em bairros vizinhos da favela, como o Leblon e a Barra da Tijuca, a taxa de analfabetismo é bem menor, de um entre cada 100. A escolaridade média dos moradores da Rocinha é de menos de cinco anos, ou seja, a maioria dos moradores deixa a escola antes de concluir a 5ª série do ensino fundamental. O índice é o pior entre as 31 regiões administrativas da cidade do Rio.

De acordo com a prefeitura, existem hoje 12 mil casas e 3,6 mil apartamentos no local, dos quais 60% têm acesso à rede pública de esgoto.