CGU investiga origem e destino do dinheiro apreendido com assessor de deputado petista

06/09/2005 - 19h24

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Controladoria-Geral da União (CGU) está investigando a origem e o destino do dinheiro apreendido com José Adalberto Vieira da Silva, ex-assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães. Ele foi preso no dia 8 de julho, quando tentava embarcar para Fortaleza com uma bolsa contendo R$ 200 mil e mais US$ 100 mil na cueca. Por lei, não é permitido viajar com mais de R$ 10 mil sem declarar o valor à Receita Federal. No dia 12 de julho, o deputado José Nobre, líder do PT na Assembléia Legislativa do Ceará, pediu seu desligamento da bancada do partido.

Entre outras investigações, o balanço feito pela CGU sobre as denúncias de corrupção em estatais revela apurações sobre os possíveis vínculos entre esse dinheiro e a operação de concessão de crédito do Banco do Nordeste ao consórcio Sistema de Transmissão do Nordeste (STN). A investigação na concessão de crédito foi feita a partir da suspeita do Ministério Público Federal de que a operação teria sido feita por interferência do ex-assessor especial da presidência do Banco do Nordeste, Kennedy Moura.

Kennedy foi ouvido pela Polícia Federal pela suspeita de ter recebido um pedido do deputado José Nobre para assumir ser o dono do dinheiro encontrado na mala e na cueca de José Adalberto Vieira da Silva. O deputado cearense, que determinou a exoneração de José Adalberto Vieira, nega a versão.

"Estamos apurando denúncias que nos chegaram de recursos que teriam sido desonestos, ilícitos", explicou o ministro da CGU, Waldir Pires.

De acordo com o relatório, a CGU acompanha, ainda, o processo de sindicância instaurado no Banco do Nordeste contra Kennedy Moura, "atentando para possível superfaturamento de preços ou inserção de etapas desnecessárias para a consecução do objeto", atesta o documento.

A CGU verifica, também, eventuais ligações entre membros do Banco do Nordeste e o STN e eventuais acréscimos patrimoniais desproporcionais dos supostos envolvidos.