Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, já está depondo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos. No início do depoimento, ele afirmou que recebeu "involuntariamente" recursos não contabilizados pelo PT. No último dia 13, Costa Neto divulgou nota afirmando que não houve cobrança de dinheiro do PT para fazer aliança política em 2002, mas que foi fechado um acordo para cobrir despesas da campanha da chapa PT-PL. "O que eu não podia imaginar é que essas dívidas de campanha seriam pagas depois da posse, e com dinheiro de caixa 2", diz a nota de Costa Neto.
Ele também afirmou à comissão que renunciou ao mandato de deputado federal para defender o partido. "A renúncia libertou-me das ameaças de Roberto Jefferson (PTB-RJ)", disse Valdemar.
Valdemar Costa Neto renunciou ao mandato no dia 1º após assumir que recebeu dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza. Valério é acusado pelo deputado federal Roberto Jefferson de ser o operador de esquema de compra de votos de parlamentares. Em entrevista à revista Época, Valdemar nega a existência do "mensalão" e diz que o dinheiro que ele recebeu de Valério era referente à dívida contraída pelo PT durante a campanha.
Costa Neto disse ter recebido pressão para retirar o pedido de abertura de processo contra Jefferson no Conselho de Ética da Câmara. Segundo ele, vários deputados do PTB pediram a ele para "jogar um salva-vidas" a Roberto Jefferson para que ele não perdesse o mandato. Costa Neto disse, no entanto, que não vai desistir do processo.