Brasília, 23/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ex-presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães, negou hoje à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que tenha comprado um apartamento da ex-esposa do deputado José Dirceu (PT-SP), Maria Ângela da Silva Zaragoza, em São Paulo. Em nota à imprensa, ela havia revelado a compra.
Guimarães disse ter alugado o apartamento de Rogério Tolentino, sócio do empresário Marcos Valério de Souza. E acrescentou que gastou R$ 7 mil em reformas no imóvel, onde mora a mãe do ex-presidente do Banco Popular. Os gastos, segundo ele, foram abatidos do pagamento do aluguel. Questionado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) se tudo não teria sido uma "grande coincidência", o depoente foi enfático: "É melhor dizer a verdade e isso é a verdade".
Na sessão, Ivan Guimarães também informou ao deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) que sua renda anual, em 2004, foi de pouco mais de R$ 350 mil. Em junho, ele havia dito que recebeu salário de R$ 35 mil e que quando ocupava a presidência do Banco Popular, recebia R$ 20 mil. Sobre seu patrimônio, disse ter uma casa em São Paulo, onde reside desde 2002, e três automóveis: um Pólo, um Mercedes-Benz Classe A e um jipe Land Rover, adquirido em abril por R$ 145 mil.
Antônio Carlos Magalhães Neto pediu à CPMI a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-presidente do Banco Popular. O parlamentar disse ter informações de que Guimarães utilizou uma empresa de consultoria para comprar o veículo, por meio de uma operação de leasing. "Este pode ter sido mais um mimo recebido por um ex-dirigente petista", afirmou o deputado.
Sobre os gastos do Banco Popular com publicidade durante a sua gestão, o ex-dirigente da instituição afirmou que todos os contratos eram fechados pela diretoria de Marketing do Banco do Brasil: "A diretoria de Marketing comunicou que farias as contratações e o controle da publicidade do Banco Popular".
Guimarães informou que quando ocupou a presidência do Banco Popular foi assinado um convênio com o Banco do Brasil para que a instituição prestasse todos os serviços necessários, inclusive publicidade. E que todas as campanhas publicitárias do Banco do Brasil, inclusive as que diziam respeito ao Banco Popular, tinham que ser submetidas à Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República.