Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio - Seguindo a tendência das grandes empresas produtoras de petróleo em todo o mundo, que em sua maioria vem anunciado planos de investimentos acima das médias de 2001 a 2004, a Petrobras estará destinando nos próximos cinco anos US$ 7,1 bilhão para investimentos no exterior. Este volume significa um crescimento de US$ 2,1 bilhões (10%) em relação aos US$ 5 bilhões previsto no plano anterior.
A agressividade da estatal estará voltada para a consolidação de suas atividades na América Latina – onde a empresa busca tornar-se cada vez mais uma empresa integrada de energia – e em outras áreas focos como o Oeste da África e a parte americana do Golfo do México.
Naquela região, há alguns dias, a Petrobras apresentou o maior número de propostas vencedoras no leilão promovido pelo órgão regulador norte-americano. Das 57 propostas apresentadas a empresa conseguiu arrematar 53 blocos pelo valor total de US$ 30,1 milhões.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, no novo Plano de Negócios anunciado, a Petrobras leva também em consideração a constatação desta tendência mundial de aumento crescente de investimentos e da busca por novas fronteiras para a exploração de petróleo.
"Este é um comportamento normal no ciclo do longo prazo da indústria do Petróleo. Ciclo este de períodos relativamente longos de preços altos, acompanhados de uma aceleração de investimentos em áreas de exploração e desenvolvimento da produção – posteriormente, com a recuperação da produção e a recomposição dos estoques, os preços re recolhem", explica o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Do total de recursos destinados as atividades internacionais da companhia, a Petrobras Americana prevê para aquela região investimentos de US$ 1,7 bilhão até 2010 (US$ 150 milhões já neste ano) objetivando atingir uma expectativa de produção superior a 100 mil barris de óleo equivalente por dia no início da próxima década.
Ele lembra, ainda, que o apetite demonstrado pela Petrobras na parte americana do Golfo do México, além de atender as prioridades contidas no Plano Estratégico da companhia, leva a empresa, ao mesmo tempo, a consolidar a sua posição entre os líderes mundiais nas atividades de Exploração nas águas ultraprofundas – o novo desafio tecnológico a ser perseguido pelas grandes companhias.
"É possível notar neste aumento dos investimentos na indústria do petróleo uma intensificação das atividades por parte das grandes empresas de petróleo em áreas novas e em processo de abertura – tanto do ponto de vista geográfico, como do que diz respeito a maiores desafios tecnológicos", diz Gabrielli.