Brasília, 23/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - O diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Márcio Pereira Pinto Garcia, disse hoje (23) que a principal função da comissão do governo brasileiro que está em Londres para acompanhar as investigações sobre morte do mineiro Jean Charles de Menezes é entender a legislação que está sendo aplicada ao caso.
"É uma nova legislação mesmo para os britânicos. Nós queremos ter um entendimento melhor sobre os métodos da Comissão Independente sobre Queixas contra a Polícia (IPCC). Sobre a relação entre os métodos da Polícia Metropolitana de Londres, da IPCC e do CPS (Crown Prosecution Service). Essa é a idéia básica da missão: negociar", explicou Garcia.
O eletricista Jean Charles, de 27 anos, foi assassinado pela polícia britânica no dia 22 de julho deste ano. Os policiais confundiram o brasileiro com um terrorista que teria participado dos atentados no metrô de Londres no dia 21.
Ontem, a missão brasileira se reuniu com o representante da Polícia Metropolitana de Londres, John Yates, para obter informações sobre as circunstâncias da morte de Jean. De acordo com Garcia, a IPCC foi informada da morte do brasileiro desde o início. "Segundo o senhor Yates, uma hora depois do incidente, eles enviaram uma nota para o IPCC. Ele explicou que a razão para o atraso de quase 72 horas seria porque ele (Jean) teria sido considerado suspeito de atos de terrorismo. Eles mandaram toda a investigação que fizeram para o IPCC e, desde então, todas as evidências estão lá".
Márcio Pinto Garcia disse que acredita no trabalho da Comissão Independente sobre Queixas contra a Polícia, principalmente por ser esta uma nova instituição. Amanhã (24) a comissão brasileira se reúne com o diretor da IPCC e com representantes do County Prossecutor Service (CPS).