Em nota, Marcos Valério reafirma que foram repassados R$ 10 milhões para o PL

23/08/2005 - 16h33

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O empresário Marcos Valério divulgou nota hoje (23) sobre as declarações do ex-deputado e presidente do PL, Valdemar Costa Neto, feitas em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos. Valdemar reafirmou aos parlamentares que recebeu R$ 6,5 milhões do PT pelo acordo fechado entre os partidos nas eleições de 2002, quando foi feita a aliança PT-PL. Valdemar Costa Neto afirmou ainda que recebeu três cheques da agência de publicidade SMP&B – de Marcos Valério – que estavam emitidos para a empresa Garanhuns Empreendimentos e Participações Ltda. Segundo ele, foram dois cheques de R$ 500 mil e outro de R$ 200 mil.

Na nota, Marcos Valério diz que "os repasses feitos ao PL, sob a orientação do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, totalizaram R$ 10.837.500,00, sendo R$ 6.037.500,00 destinados à Guaranhuns – destes, R$ 400 mil em Transferência Eletrônica Direta (TED) e R$ 5.637.500 em cheques nominais do Banco Rural. Os demais R$ 4.800,000,00 destinados ao PL, também em cheques nominais do Banco Rural. O último repasse de recursos ao PL, através de Marcos Valério, se deu em agosto de 2003".

Valdemar Costa disse ser o único responsável no partido pelas encomendas de material e pelos pagamentos efetuados. "Não quero criar laranjas, nem jogar a culpa sob qualquer pessoa", declarou. O empresário Marcos Valério "reafirma que a Garanhuns foi apresentada a ele pelo tesoureiro do Partido Liberal, Jacinto Lamas, que, por sua vez, foi indicado pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para receber os valores destinados ao PL", diz nota.

Valdemar disse ainda que "eu nunca tinha ouvido falar em Garanhuns". Ele afirmou que foi entender a relação da SMP&B quando leu parte do depoimento do empresário Marcos Valério à Polícia Federal. "Na época, foi firmado um contrato entre a SMP&B e a empresa Garanhuns para justificar a saída de recursos. Esse é o depoimento do sr. Marcos Valério", relatou Valdemar.

Marcos Valério, na nota, "salienta que ele e as empresas das quais participa societariamente nunca tiveram qualquer tipo de relação com a Garanhuns ou com quaisquer sócios da mesma, seja de natureza comercial, financeira ou pessoal, antes da apresentação feita por Jacinto Lammas. A comprovação pode ser obtida através da quebra dos sigilos bancário e telefônico dele, dos seus sócios e das empresas das quais participa".