Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) pretende entrar com uma ação judicial contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nos próximos dias. De acordo com o presidente da confederação, Irineu Messias, o presidente do instituto, Valdir Moysés, pagará horas extras para os servidores que não aderiram à greve do INSS.
"Não é justo que quem não lutou pela categoria seja beneficiado. Vamos tentar uma audiência com os ministros da Previdência e do Planejamento para que eles nos ajudem nesta iniciativa", revela.
O presidente da confederação afirma que Valdir Moysés publicou um memorando na última terça-feira (16) em que autorizava o pagamento de horas extras para os servidores que trabalharam durante os 76 dias de paralisação. "Essa decisão irá criar problemas entre colegas no ambiente de trabalho."
O INSS e o Ministério da Previdência negam essa informação, mas não descartam a possibilidade de beneficiar os "não-grevistas". De acordo com a assessora do instituto, Lilian Nery, o órgão concluirá um levantamento sobre a demanda nos postos de atendimento nos próximos dias. Caso haja necessidade, o instituto encaminhará o pedido de bonificação dos servidores à análise do Ministério da Previdência e do Ministério Público.
A greve contou com aproximadamente 80% de adesão em todo o país – segundo cálculos dos sindicatos estaduais. Ou seja, cerca de 20% dos trabalhadores do órgão não serão beneficiados com os ganhos obtidos pelos grevistas, como gratificação de desempenho. Mesmo assim, eles deverão ampliar o atendimento ao público em duas horas, além de trabalhar durante três sábados consecutivos.