Rio, 18/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - A seca e as chuvas imprevistas no início do ano nos principais estados produtores do país reduziram em 4,91% a expectativa da safra brasileira de grãos em 2005 em relação a 2004.
A sétima estimativa da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, como amendoim, arroz, feijão, milho e mamona, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta para um total de 113,507 milhões de toneladas, contra as 134 milhões de toneladas previstas no primeiro estudo, feito em janeiro. O estudo estimava um crescimento de 12,96% da colheita para 2005.
O coordenador do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto, Neuton Alves Rocha, disse que não acredita na possibilidade de uma revisão para cima das expectativas, já que 90% da safra deste ano já foram colhidos. "As condições climáticas adversas na Região sul e parte de Mato Grosso do Sul, que são os principais pólos produtores das maiores culturas do país, como a soja e o milho, tiveram forte influência na queda da safra. No ano passado, por exemplo, foram colhidas 5,5 milhões de toneladas de soja somente no Rio Grande do Sul e, neste ano, serão colhidas 2,4 milhões, uma queda de 55%", enfatizou Rocha.
As estimativas do IBGE mostram que apenas a Região Sul registrou queda na produção (20,61%) no mês passado. A região tem a segunda maior participação na safra total de grãos do país (34,16%), perdendo apenas para o Centro-Oeste (37,15%).
A produção de mamona foi a que mais cresceu em julho, na comparação com julho do ano passado. Neuton Rocha atribui o crescimento de 62,32% ao interesse dos produtores com o lançamento do Programa Nacional de Biodiesel, que usa a mamona como principal matéria prima para fabricação do combustível a ser adicionado ao óleo diesel.
Quanto à área plantada, o estudo estima que deve chegar neste ano a 48 milhões de hectares, uma expansão de 0,50% em relação a 2004. As maiores contribuições vêm da soja (23 milhões de hectares) e do milho (8,7 milhões de hectares), que juntos representam 76% do total da produção nacional de grãos.