Presidente da CPI dos Tráfico de Armas diz que depoimento de hoje foi inconsistente

18/08/2005 - 16h55

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Na opinião do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan, o depoimento do ex-policial civil de Minas Gerais, Marco Túlio Prata, conhecido como Pratinha, foi inconsistente. "Nos preocupa o fato de membros da polícia de estarem ligados, no mínimo, a armamento ilegal e armamento de tiro de longo alcance".

Segundo Torgan, as autoridades que falaram antes do depoente disseram que ele foi preso em razão de denúncias de homicídios que ele mesmo assumiu, e também de armas ilegais em sua casa, onde foram encontrados documentos parcialmente queimados, o que também denota outra ilegalidade. "Agora nós temos que saber o porquê dessas armas ilegais estarem lá, o porquê desses documentos estarem lá e o que eles queriam esconder com isso".

Para o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Elder Dangelo, que depôs hoje (18) na CPI do Tráfico de Armas, é inegável que Pratinha é traficante de armas. Quanto à ligação dele com açgum esquema da empresa DNA, da qual Marcos Valério é sócio, o delegado assinalou que "é prematuro dizer que há alguma ligação dele com ocorrido".

A polícia mineira encontrou na casa de Pratinha documentos contábeis e fiscais queimados da empresa DNA. A polícia encontrou também 17 armas de calibres diversos, entre elas uma carabina e uma pistola semi-automática, além de munição, dez granadas, silenciadores e bombas de fabricação caseira.

O fato, segundo o delegado Dangelo, "é que nós encontramos os documentos na casa dele de forma dolosa, de forma a desaparecer com material probatório e de investigação de grande importância para o Congresso Nacional". Por outro lado, destacou, "é inegável que ele é irmão do contador da DNA Propaganda e há uma gravação de interceptação telefônica onde ele orienta ao seu irmão que leve os documentos para a casa dele para a que possam dar sumiço aos documentos".