Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da CPI do Tráfico da Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE) disse hoje que tem grande expectativa com o depoimento do ex-policial civil de Minas Gerais, Marco Túlio Prata, conhecido como Pratinha, já que poderá esclarecer para que serviam as armas de grosso calibre encontradas na sua casa.
Na casa do depoente, a polícia mineira encontrou 17 armas de calibres diversos, entre elas uma carabina e uma pistola semi-automática, além de munição, granadas, silenciadores e bombas de fabricação caseira. A polícia encontrou também documentos contábeis e fiscais queimados da empresa DNA. Marco Túlio é irmão de Marco Aurélio Prata, que é contador da DNA Propaganda, empresa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza acusado de ser o operador de um esquema de pagamento de mesada a parlamentares.
"Vamos tentar descobrir o fim desse enigma, porque é complicado", afirmou Torgan, Neste momento, a CPI começa a ouvir os depoimentos dos responsáveis pela investigação sobre Pratinha em Minas, o procurador da Justiça de Minas, André Ubaldino, e o delegado da Polícia Civil Elder Dângelo.
"Chegamos à conclusão de que o centro do tráfico de armas no Brasil está nas organizações criminosas que atuam nos presídios.", disse o deputado. Segundo ele, chegaram denúncias à comissão de que membros dessas quadrilhas também estariam envolvidos com o esquema de fraudes de concursos públicos, descoberto em Brasília. Pessoas ligadas a essas organizações teriam participado de concursos para agentes prisionais, de modo a facilitar a ação das quadrilhas nos presídios. "Se isso for verdade, é grave", afirmou.
Por causa das denúncias, na próxima semana a CPI deve ouvir os depoimentos de Hélio Garcia Ortiz, supostamente o chefe do esquema de fraudes de concursos públicos, e o delegado Celso Ferro, responsável pelas investigações.