Governo brasileiro manifesta indignação com novas informações sobre morte de brasileiro em Londres

18/08/2005 - 16h08

Brasília, 18/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - O governo brasileiro manifestou indignação com as novas informações divulgadas sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes em Londres e vai mandar uma equipe à cidade para tratar do caso. Jean Carlos, de 27 anos, foi assassinado pela polícia britânica no dia 22 de julho. Os policiais confundiram o brasileiro com um terrorista que teria participado dos atentados no metrô de Londres no dia 21.

Em nota divulgada hoje, o Ministério das Relações Exteriores afirma que "as mais recentes notícias, acompanhadas de imagens de forte impacto, relativas às circunstâncias trágicas que resultaram na morte do cidadão brasileiro Jean Charles de Menezes agravam o sentimento de indignação do governo brasileiro".

Na próxima segunda-feira (22), o governo brasileiro vai enviar a Londres dois representantes: o subprocurador-geral da República e corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves, e o diretor-adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Márcio Pereira Pinto Garcia.

Os dois vão se reunir com representantes da Comissão Independente sobre Queixas contra a Polícia (IPCC) e com o subchefe da Polícia Metropolitana de Londres, John Yates, além de outras autoridades britânicas. "É expectativa do governo brasileiro obter amplos esclarecimentos, inclusive a respeito das notícias recentemente veiculadas pela imprensa", diz a nota do Ministério das Relações Exteriores.

A imprensa brasileira divulgou nesta semana documentos e fotos de investigação sigilosa vazados sobre a morte de Jean Charles que mostram diferenças entre a versão oficial da polícia de Londres e de testemunhas e dos relatórios revelados.

No dia 25 de julho, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, já havia se encontrado na capital britânica com o secretário do Exterior do Reino Unido, Jack Straw. Amorim manifestou, na ocasião, "o choque e a perplexidade do governo brasileiro", diz a nota do ministério.