Ex-diretor do BB afirma à CPI dos Correios que desconhecia conteúdo de envelope recebido da DNA

18/08/2005 - 16h15

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, reafirmou hoje (18) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que desconhecia o conteúdo de um envelope, com R$ 326 mil, retirado de uma agência do Banco Rural, no Rio de Janeiro, por um funcionário da Previ, chamado Luis Eduardo, em janeiro de 2004. Ele já havia relatado o fato à Polícia Federal no dia 8 de agosto.

Segundo Pizzolato, um funcionário da agência de publicidade DNA lhe pediu que buscasse documentos para o PT em um determinado endereço no centro do Rio. Pizzolato afirmou não saber que no tal endereço funcionava uma agência bancária. "Ninguém me falou que era um banco. Se tivessem me falado, eu teria balançado", disse o ex-diretor do Banco do Brasil. Ele disse que, à noite, uma pessoa foi até o seu apartamento identificando-se como funcionário do PT para buscar os envelopes.

O ex-diretor do Banco do Brasil foi indagado pelo relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), sobre como adquiriu no mês seguinte um apartamento à vista no valor de R$ 400 mil. Pizzolato afirmou que "tinha aplicações no Banco do Brasil e renda suficiente" para a compra do imóvel. "Ocupei cargos de primeiro escalão no Banco do Brasil por 13 anos", acrescentou.

Pizzolato afirmou ter quatro fontes de renda: salário do BB de R$ 19 mil, remuneração do Conselho da Embraer de R$ 12,5 mil, remuneração da Previ no valor de R$ 4,8 mil e remuneração de R$ 3 mil como conselheiro de uma entidade de funcionários do Banco do Brasil. Perguntado pelo relator sobre as remunerações que recebia, ele disse que "era motivo de chacota" por parte de colegas que ocupavam cargos semelhantes em empresas privadas.