Cidadão que investiu dinheiro do FGTS em ações da Petrobras lucrou quase 300% em cinco anos

18/08/2005 - 17h17

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os 248 mil trabalhadores que investiram em 10 de agosto de 2000 recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em Ações Ordinárias da Petrobras tiveram um lucro de quase 300%, em apenas cinco anos.

Enquanto no período, os recursos mantidos no FGTS renderam aproximadamente 30% (Taxa de Referência – TR + 3% ao ano), os milhares que optaram pela compra das ações da Petrobras chegaram a lucrar em cinco anos 296%, rentabilidade que superou em 266 pontos percentuais o rendimento do FGTS, no período.

Falando à Agência Brasil sobre o sucesso da iniciativa, o gerente de Relações com os Investidores da Petrobras, Paulo Mauricio Campos, destacou o fato de que ela foi muito importante para o trabalhador e também para o povo brasileiro ao apontar uma nova opção de investimento.

"A operação mostra à população uma outra forma de aplicação dos seus recursos. Apesar da legislação que envolve os recursos do FGTs - determinados por Lei -, a pontualidade na oportunidade oferecida pelo governo de utilização do FGTS nas aquisições das ações da Petrobras em seu poder foi importante, na medida em que levou o trabalhador a perceber a existência de outra fonte de aplicação de seus recursos".

Na avaliação de Mauricio Campos, o resultado da venda das ações em poder da União só não foi ainda maior porque não houve, em sua visão, uma divulgação melhor sobre a oportunidade da utilização dos recursos do FGTS.

"A população, em sua grande maioria, só conhece a Caderneta de Poupança. Por isto mesmo, é de suma importância que se passe para o trabalhador a necessidade, até cultural, de diversificação de investimentos. É preciso divulgar melhor o mercado de capitais, que é muito importante para o desenvolvimento do país. Ao abrir o capital e vender ações em bolsa, as empresas estão captando recursos para investir em seu parque industrial, gerando emprego e renda e promovendo o desenvolvimento do país", acredita.

Apesar da decisão de vender, com deságio de 20%, 25% das ações ordinárias que estavam em seu poder, o governo federal ainda detêm 55,7% deste tipo de papel – que não dá direito a voto decisões da companhia tomadas em suas assembléias.