Programa Monumenta financia a recuperação de imóveis em centros históricos

13/08/2005 - 9h52

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os proprietários ou pessoas que têm posse legal de imóveis localizados em centros históricos incluídos no Programa Monumenta, do ministério da Cultura, podem contar com recursos para obras de recuperação. Segundo a coordenadora do Programa, Érica Diogo, os financiamentos têm condições diferenciadas para incentivar a realização das obras.

Ela explicou que o financiamento tem juro zero e prazo de retorno de 10, 15 ou 20 anos, para o caso de famílias com renda até 3 salários, e seis meses de carência. "Nenhum banco oferece essas condições de financiamento. A única situação que a gente tem, a juro zero, é a dos programas habitacionais de interesse social e, mesmo assim, é uma coisa excepcional. Essa é a grande diferença: conseguir condições especiais para um recurso que tem que ser retornável, mas o mais favorável possível para o tomador", disse.

Érica Diogo destacou que foram analisados vários tipos de financiamento para escolher um que provocasse maior atração e facilitasse a recuperação dos imóveis. Por isso, foram incluídos itens como condições de análises mais simplificadas e não exigência de seguro obrigatório. "O juro zero é um dos elementos que simplificam, mas não é o único. São vários itens que a gente vem trabalhando para facilitar as condições de financiamento desse tomador para que seja de fato uma alternativa para recuperação do imóvel", explicou.

No Rio de Janeiro, onde foi lançado na última quinta-feira (11) o edital de seleção de imóveis privados, os financiamentos vão integrar o Projeto Tiradentes, desenvolvido desde 2003 pela prefeitura do Rio e pelo Ministério da Cultura para a recuperação de imóveis públicos, como o Teatro Carlos Gomes, o Solar do Barão do Rio Seco, a casa da cantora Bidu Sayão, os anexos do centro de arte Hélio Oiticica, o conjunto de esculturas da Praça Tiradentes e a Igreja do Santíssimo Sacramento.

Para a coordenadora, a liberação de financiamentos para a recuperação de imóveis privados permite também a ampliação desse trabalho para além dos monumentos. Nesse caso a recuperação é realizada com recursos a fundo perdido. "Conseguir ampliar investimentos públicos para além dos monumentos é entender como um sítio urbano é um pedaço da cidade que está sendo preservado, e não apenas um imóvel", completou.