Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O empresário Marcos Valério disse hoje na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos que a abertura de uma conta no exterior foi uma "exigência" do publicitário Duda Mendonça. Segundo Valério, a conta teria sido usada para pagamento dos serviços prestados por Duda ao PT. "Eu não autorizei o senhor Duda e não apresentei ninguém ao senhor Duda para abrir conta no exterior", afirmou.
À pergunta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sobre a razão da abertura da conta no exterior, Valério respondeu: "Honestamente, senador, eu não sei. Foi uma exigência dele [Duda Mendonça]. Para mim, não fazia nenhuma diferença".
Valério disse ainda que não enviou o dinheiro para o exterior, mas que tinha conhecimento das remessas. Em entrevista após seu depoimento na CPMI, rebateu a afirmação do publicitário Duda Mendonça de que teria sugerido a abertura da conta: "A partir do ponto em que ele fala que eu o obriguei a abrir uma conta, isso não é verdade. A conta não é minha, a conta é dele". E ainda confirmou que aceita uma acareação, nos próximos dias, com o publicitário.
A CPMI da Compra de Votos aprovou petição ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de contratação, em caráter emergencial, de uma empresa de rastreamento de depósitos internacionais para prestar consultoria à CPMI na localização de recursos que tenham sido levados para o exterior por qualquer pessoa que esteja sob investigação da Comissão.