Para relator, há ''indício veemente'' de que Valério cometeu delito de evasão de divisas

11/08/2005 - 22h39

Brasília, 11/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), afirmou hoje que há um "indício veemente" de que o empresário Marcos Valério tenha cometido delito de evasão de divisas.

"Não há elementos materiais que possam responsabilizá-lo, mas pelas próprias declarações que ele acaba de prestar hoje, sim, há um indício veemente que ele realmente tenha co-participado de um delito de evasão de divisas", afirmou, após o depoimento do empresário mineiro.

Na CPMI dos Correios, o publicitário Duda Mendonça disse que além dos pagamentos em dinheiro do empresário Marcos Valério, recebeu depósitos em Bahamas, país caribenho cujas leis o caracterizam como paraíso fiscal. Segundo o publicitário, o próprio Valério teria sugerido a Zilmar Fernandes, sócia de Duda, que abrisse uma conta no exterior para receber o restante do pagamento pelos serviços prestados ao PT.

A CPMI da Compra de Votos aprovou requerimento ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de contratação, em caráter emergencial, de especialistas para fazer o rastreamento de recursos levados ao exterior por indivíduos investigados pela comissão.

Os próximos depoentes dessa CMPI serão Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, e Emerson Palmieri, tesoureiro do PTB, que deporão simultaneamente na terça-feira (16). O depoimento só deve ocorrer, no entanto, após a eleição do novo vice-presidente da comissão – o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) renunciou hoje ao cargo. Na quarta-feira, a comissão ouvirá o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.