Para Renan, depoimento de Duda Mendonça remete a ''pântano de absoluta ilegalidade''

11/08/2005 - 19h32

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou o depoimento do publicitário Duda Mendonça como "objetivo, sincero e grave". Para o parlamentar, "o depoimento de Duda remete a um pântano de absoluta ilegalidade, com evasão fiscal e contas no exterior".

Hoje (11), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Bingos, o publicitário afirmou que recebeu recursos oriundos de caixa 2 por serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Em entrevista coletiva, Renan também pediu ao governo a apresentação de uma agenda mínima para o país, evitando que as discussões permanecem em torno apenas das denúncias. "A insolvência politica do governo e a ausência de condução política começa a dificultar a economia. A votação do salário mínimo ontem (10), no Senado, é sobeja demonstração disso".

Na votação, o Senado aprovou um destaque à Medida Provisória (MP) que aumentou em 1º de maio o salário mínimo de R$ 260 para R$ 300. O destaque, apresentado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), reajusta o valor para R$ 384,29. Agora, a proposta precisa ser votado pela Câmara dos Deputados.

Para o presidente do Senado, os últimos 65 dias de investigações podem ser considerados produtivos. Ele contabiliza pelo menos 47 pessoas punidas ou afastadas de cargos na administração pública ou esferas partidárias.

"A faxina já começou", avalia Renan Calheiros. Ao ser perguntado sobre a possiblidade de impeachment do presidente Lula, o parlamentar disse que "isso pode ser ou não o desfecho da investigação". Em seguida, Calheiros lembrou que o presidente tem mantido a coerência, determinando que todos os fatos sejam investigados ou esclarecidos: "Qualquer debate sobre antecipação das eleições ou convocação de constituinte pareceria sinônimo de golpe", afirmou.