Ciro Gomes volta a afirmar que integração do São Francisco não trará prejuízo à população

11/08/2005 - 13h38

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, reiterou que a implantação do projeto de integração do rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste setentrional não trará nenhum prejuízo à população brasileira. "É possível afirmar, com muita segurança, que ele (o projeto), ao beneficiar imediatamente, de forma revolucionária 12 milhões de nordestinos - nenhum outro projeto tem esse impacto - não prejudicará nenhum único brasileiro, qualquer que seja o lugar onde more, qualquer que seja o seu ângulo de preocupação".

Segundo o ministro, as obras podem ter início ainda neste ano. "Vencidas as etapas naturais que agora são as últimas - os prazos de licitação estão correndo - é possível iniciar ainda este ano", afirmou. Ciro Gomes participou hoje (11) de debate sobre os aspectos jurídicos e técnicos do projeto, no Tribunal de Contas da União (TCU).

O ministro lembrou que há estudos técnicos mostrando que a integração não causará danos aos moradores da região. "Isso está bem seguro com números. É evidente que a gente compreende as paixões. Há envolvidos interesses políticos, interesses legítimos, interesses escusos, mas nós vamos tangendo, porque agora há um critério científico, técnico, com números, que podem nos esclarecer as coisas".

As obras envolvem R$ 4,5 bilhões do governo federal, dos quais R$ 632 milhões para serem investidos ainda este ano, informou Ciro Gomes. Segundo ele, os recursos estão assegurados. Ao comparar o projeto a outras iniciativas, ele disse que se trata da menor de todas as experiências mundiais. "Enquanto se transpõem, por exemplo, 98% da Bacia do Piracicaba, para abastecer São Paulo, enquanto se transpõem 80% da vazão no Paraíba do Sul para abastecer o Rio de Janeiro, a transposição do São Francisco não chega a 2% da vazão".

De acordo com o ministro, o plano sobre o São Francisco também é o mais seguro. "O ponto de captação está num ponto onde o rio é perenizado artificialmente, entre (as barragens) de Sobradinho e Itaparica. Então, não é a natureza que diz quanta água passa ali, são as torneiras da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco)", explicou. "Não tem nenhum impacto na foz, porque a água que chega ali é aquela que a cascata de barragens da Chesf administra e o ponto de captação, por segurança, vai ser feito entre essas duas barragens", reforçou.

Ciro Gomes destacou que a revitalização do São Francisco está sendo feita paralelamente ao trabalho para a integração do rio às bacias hidrográficas do Nordeste setentrional.