Brasil e Benin assinam acordos de cooperação

11/08/2005 - 17h51

Renata Franke
Da Agência Brasil

Brasília - O Brasil quer reforçar as relações de amizade e de cooperação com o Benin. Com esse objetivo, o chanceler do Benin, Rogatien Biaou, e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, assinaram hoje (11) acordos de cooperação em diversas áreas.

Com os acordos, será criada a Comissão Mista Brasil-Benin, e acaba a necessidade de vistos para passaportes diplomáticos e de serviço entre os dois países. Também deverá haver cooperação técnica entre os dois países. O Brasil e o Benin também têm buscado a ampliação do diálogo em foros multilaterais, particularmente nas Nações Unidas, organização em que os dois países ocupam atualmente assentos não-permanentes no Conselho de Segurança. Depois da assinatura dos acordos, no Itamaraty, o ministro Celso Amorim falou sobre a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (Onu), com a criação de novas vagas permanentes. "A reforma da Onu é necessária para que haja um mínimo de equilíbrio dentro do Conselho de Segurança, mas ela precisa ser realista", explicou o ministro.

A principal diferença a ser superada entre o Grupo dos Quatro (G4), formado pelo Brasil, Alemanha, Índia e Japão, e os africanos é a questão do direito de veto. Enquanto o G4 considera que tal prerrogativa não é realista no momento, os africanos insistem em mantê-la. Hoje, o direito de veto é exercido apenas pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança: Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China.

No entanto, Celso Amorim considera que a situação é favorável ao Brasil. "Até agora, todas as conversas que eu tive com os visitantes africanos neste mês foram muito positivas em relação ao Brasil. Na minha leitura, elas espelham a percepção de que não se pode perder essa ocasião histórica", afirmou o ministro.

Ele ainda disse que, se a reforma não passar em setembro, a política brasileira em relação aos países africanos continuará a ser a mesma. "Continuaremos a incentivar as relações com a África por todos os motivos, que são históricos, econômicos e culturais", afirmou o ministro.