Aumento de salário mínimo pode provocar impacto de R$ 16 bilhões na Previdência, diz Paulo Bernardo

11/08/2005 - 20h20

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse hoje (11) que o aumento do salário mínimo de R$ 300 para R$ 384,29 aprovado pelo Senado Federal terá impacto de R$ 16 bilhões nas contas da Previdência só este ano.

De acordo com Bernardo, não basta aprovar o aumento: é preciso definir os recursos para o pagamento. "Essa é a crítica que nós temos feito. Uma votação como essa não pode se dar por critérios políticos, por meio de uma briga política. Nós temos que fazer a conta e dizer de onde vai sair o dinheiro", argumentou. Ele ressaltou também que a inviabilidade de pagar o mínimo não se restringe apenas ao governo federal mas também aos estados e municípios.

O ministro informou que, além do reajuste aprovado ontem, o Senado já teria estabelecido novo aumento do salário mínimo para R$ 561 a partir de maio do ano que vem, o que, segundo ele, paralisaria os projetos sociais do governo e aumentaria a carga tributária.

"Quem vai pagar essa conta não é o governo. É o cidadão. O contribuinte e as empresas. Pagar isso significa que o governo teria que parar de fazer praticamente todos os seus programas sociais e investimentos e ainda teria que aumentar impostos, o que ninguém aceita", explica.