Thais Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Parintins (AM) - O seminário Políticas Públicas para a Calha do Solimões/Amazonas, que discute o projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (PróVárzea/Ibama) será encerrado amanhã (31), com cerca de 60 participantes dos municípios que compõem o Médio Amazonas (Itacoatiara, Silves, Boa Vista do Ramos, Maués, Nhamundá e Parintins). Em agosto, o seminário será realizado em Tabatinga, também no Amazonas; e em setembro, em Santarém, no Pará.
No campo socioeconômico, os estudos do PróVárzea apontaram a migração populacional como grande indicativo de insustentabilidade da vida na várzea amazônica. Os pesquisadores identificaram cinco causas principais desse êxodo rural: as escolas na várzea, quando existem, geralmente vão apenas até a 4ª série do Ensino Fundamental; falta assistência à saúde, mesmo em nível de atenção básica; há uma crescente concentração fundiária, motivada pelo avanço da pecuária; na região existem conflitos entre criadores de búfalos, de gado bovino e pescadores; as políticas públicas municipais se concentram quase que exclusivamente na área urbana.
"Isso gera dois problemas graves: o inchamento das cidades e a invasão da área de várzea por pessoas estranhas a ela, que sobre-exploram os recursos naturais", denunciou Maria Clara Forsberg, gerente de Estudos Estratégicos do PróVárzea.
Parintins tem cerca de 105 mil habitantes, dos quais aproximadamente 25% estão na zona rural. Eles são atendidos por apenas uma equipe itinerante composta de um médico, um dentista e um enfermeiro. "Quando o rio está seco, é difícil chegar às comunidades ribeirinhas. E os moradores de lá têm ainda mais dificuldade de vir para a cidade. Além disso a falta de água provoca verminoses e doenças afins", lamentou Frederico Antônio de Souza Ferreira, coordenador das Ações de Saúde do Interior da Secretaria Municipal de Saúde de Parintins.